
Centenário de Inezita Barroso é celebrado no Theatro Municipal com participação especial de Roberta Miranda e Adriana Farias

cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, professora e apresentadora de rádio e TV, é homenageada pela Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga
Inezita Barroso e toda sua obra são as escolhas da Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, para dar início às suas atividades em 2025. O espetáculo “Raízes Sertanejas” acontece, em única apresentação, dia 31 de março, no Theatro Municipal do Rio, e é uma homenagem a Ignez Magdalena Aranha de Lima (4/3/1925 – 8/3/2015), justamente no mês em que a artista completaria 100 anos. Inezita deixou uma marca indelével na arte do país, principalmente na chamada cultura caipira. Artista completa, além de cantora, atriz, instrumentista e apresentadora de TV, era uma mulher inquieta, à frente do seu tempo. Exercia as funções de bibliotecária, folclorista e professora

O espetáculo “Raízes Sertanejas” encerra com chave de ouro uma série de homenagens ao centenário desta grande mulher, que contou com diversos shows no país, além de uma grande exposição com seus pertences, em cartaz em São Paulo. Na mostra, foram exibidos, objetos como quadros, vestidos, uma de suas violas e até uma réplica do cenário do programa de TV que ela apresentou. Pioneira e um dos maiores nomes do universo sertanejo brasileiro, durante muitos anos ela apresentou o programa “Viola, Minha Viola” que, criado nos anos 80 na TV Cultura, até hoje é reprisado na emissora. E, detalhe, com ótimos índices de audiência. O que prova que a arte e a memória de Inezita, permanecem no imaginário do do beasileiro. Por mais de três décadas, as manhãs de domingo dos espectadores brasileiros foram marcadas por encontros com a música caipira, a atração comandada por Inezita.

Quem apresenta o espetáculo é a Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, que tem ao todo 50 integrantes, todas meninas, sob regência da maestrina Priscila Bomfim, com direito à participação especial de Adriana Farias e também de uma gigante do cancioneiro sertanejo: Roberta Miranda. A OSJ Chiquinha Gonzaga é a primeira formada exclusivamente por meninas no Brasil e, têm também a missão de promover e difundir a equidade de gênero. É composta por alunas da rede pública de ensino que passam por um amplo programa de educação e formação musical, já tendo feito turnês internacionais, em países como França, Portugal e Espanha. Também já recebemos artistas do quilate de Zezé Motta, Maria Gadú, Elba Ramalho, Mônica Salmaso, entre outros, em nossas apresentações. “Desde 2021, como resultado de um processo educacional e artístico consistente, ganhamos os palcos do Brasil e do mundo, disseminando a potência de nossas instrumentistas e a força do protagonismo feminino na música”, explica Priscila Bomfim, que também é nossa diretora artística.

Com quase 40 anos de carreira, Roberta Miranda dispensa apresentações. Com um estilo inconfundível e prezando sempre a qualidade em tudo o que faz, desde a década de 80 tem quebrado barreiras e superando preconceitos com a sua arte, com sua música. Consagrada pelo público com o título de “Rainha Sertaneja”, a artista já vendeu mais de 28 milhões de discos e foi a primeira a vender acima de 1.750.000 cópias, já no disco de estreia. ” Um mito, um ícone, desbravadora e pioneira, é assim que eu vejo Inezita Barroso. Ela foi uma das cantoras que me inspirou a lutar por mais espaço para as mulheres na música sertaneja, uma grande referência dentro e fora dos palcos para mim”, diz Roberta.

Nascida em berço tradicional, Inezita foi a primeira da família a se arriscar na carreira artística.”Queremos relembrar não só a artista, mas também a mulher que ela foi, que até hoje serve de inspiração para nós, mulheres, sendo artistas ou não. A escolha dela foi uma unanimidade em nossa equipe e também é uma forma das novas gerações terem contato com a música sertaneja. Afinal, ao falar de música sertaneja, estamos falando da voz da nossa terra” , diz Moan Martins, a diretora da orquestra.
Quando menina, Inezita adorava escutar as histórias contadas pelo avô, nas temporadas de férias no campo, Em entrevista à Arley Pereira, autor do livro “Inezita Barroso, a história de uma brasileira (2013)”,a homenageada de “Raízes Sertanejas” relembrou: “Diante de tantas manifestações artísticas, acrescidas pelo flagrante que me deram faltando aula na escola para ir às aulas de violão, meus pais perceberam que meu caminho era a música e me entregaram para a professora Mary Buarque, que me abriu as primeiras portas, ensinando declamação, dicção, violão e boas maneiras. Com ela,aprendi tudo o que era necessário para ser uma moça fina. Quer dizer… quase tudo. Nunca consegui aprender muito bem as tais das boas maneiras”, disse ela ao autor. Assim era Inezita Barroso, mulher à frente do seu tempo, que se tornou referência no universo sertanejo.
Serviço:
Espetáculo Raízes Sertanejas
Participação especial: Roberta Miranda e Adriana Farias
Elenco: Coro Juvenil do Rio de Janeiro e as solistas Ana Neri, Brenda Lima, Brenda Pedrotti e Ella Cath
Regência: Priscila Bomfim
Local: Theatro Municipal do Rio (Preaça Floriano, S/Nº, Cinelândia)
Horário: 19h
Preço: R$ 20 (ingressos populares) e R$ 10 (meia entrada)
OBS: O crédito das imagens é divulgação.